segunda-feira, 13 de maio de 2013

Descendência

Todos me perguntam se sou Indiana.
Esse ano eu mudei de escola, e como não conhecia ninguém, já me perguntaram se sou de todo lugar.
Vou esclarecer: Sou morena, cabelo preto, olho preto e sobrancelha preta grossa (O que, por mais irônico que pareça, quando era pequena, minha mãe me fantasiava de Jade, da novela "O Clone"). Passaria por árabe tranquilamente ( e sim, já me perguntaram).
 E, adivinhem.... Eu sou descendente de Italiano.
Tudo a ver né?
Enfim, meus pais e meus avós são descendentes de Italianos,( e francês também, mas não muda muito..) ou seja, não tenho nada com Indiano ou Árabe.
Até que fazer parte de uma família indiana seria bem divertido. Diferente, mas divertido.
E acabei me interessando mesmo por isso, que me resolvi procurar alguns hábitos de la. Como: "encarar as pessoas nas ruas, é considerado uma forma de humilhação".
Meu deus, isso não ia dar certo comigo..





Minha vida de cão 5#

Perdi a hora, hoje. Não ouvi a mamis levantar. Por que será, hein, Mirela??? Sonhei com a Lina na minha festa de aniversário. Meu Deus, ela comia TODO o bolo numa abocanhada só! Acho melhor mandar as fotos da minha festa para a Lina, por e-mail. As meninas sairam cedo, de novo, com a mesma roupa para se  encontrarem com outras meninas que, também estavam com a roupa igual a delas. Acho que é nesse lugar que Mimi Laden tem "idéias". Será que a mamis sabe o que acontece lá? Tenho arrepios só de imaginar...
Fomos no salão do tio Serginho, hoje. As meninas iam arrumar alguma coisa na cabeça.  Mimi Laden ficou sentada, gemendo, enquanto o tio passava uma pranchinha na cabeça dela. Que pena que não tinha uma janela de vidro, lá., para eu ia ficar grudada do outro lado, dando "risadinhas" para ela. Acho que ela ia se sentir tãããão mais tranquila!!! A tortura dela demorou mais do que a minha e, nem colocaram lacinho. Não sei, não, tomara que a experiência não a tenho deixado mais "criativa".

Vou deitar para não pensar nessa possibilidade.

Minha vida de cão 4#



Incrível!!! Eu sei nadar!!! Se não fosse o meu desespero para sair da banheira onde aquelas duas me colocaram, diria que teria sido uma experiência relaxante. Mas, foi traumático. Percebi uma movimentação estranha na casa. As meninas entravam e saiam do banheiro da mamis, olhavam pra mim e davam risada. Quando, realmente, entendi o que estava para acontecer, tentei me esconder debaixo da cama da Lina, mas, por Deus, como aquela menina tem tranqueira lá!!! Quase não tinha espaço. Encolhida, pedi para a tal fadinha dos dentes,  me livrar daquela situação. Fada sacana, além de não aparecer para buscar meus dentinhos deve ter me dedurado para aquelas duas terroristas. Elas me acharam, mas antes de ser, abruptamente, arrancada daquela maloca, avistei o par da meia de sapinho. Se sobreviver aos próximos momentos, volto para busca-la. Papis, cadê você?  PS. ainda pego aquelas duas. Não deixarei papel sobre papel no quarto da Mirela, já no quarto da Lina... preciso lembrar como chego lá! Quero dormir!

Minha vida de cão 3#

Fecharam a torneira lá fora. Finalmente, as meninas me levaram para passear. Fomos ao shopping e eu fiz um minúsculo xixi. Elas estressaram. Queria ver  se elas conseguem passear com a bexiga carregada e ainda ser puxada por uma coleira. Aliás, o dia hoje tá difícil. Fiquei de castigo porque comi uma folha de papel da Mimi. Essa menina tem folha pra caramba, ficou brava porque eu comi umazinha ... Acho que era uma prova, sei lá. E, não entendi porque fizeram tanto barulho, ela nem tinha tirado uma nota lá essas coisas. Ela deveria me agradecer por eu ter sumido com a prova do crime. De manhã, a mamis me chamou de "fofa" e apertou o meu focinho, eu também acho ela tão "fofa" e dei uma abocanhada no focinho dela. Levei bronca. Pode? Perdi três dentinhos, hoje. Vou pedir uma sopinha no jantar. A mamis disse que ia dar meus dentinhos pra "fadinha dos dentes". Essa fadinha faz o quê? Alguém sabe? Vou dormir enquanto a tal fada não chega. Tô stressada!

Minha vida de cão 2#

Estou atrasadíssima, eu sei.


Não sei você, mas eu detesto as segundas-feiras (acho que vou passar a odiar as terças, também). Toda segunda passo por uma sessão de tortura: banho. Esfrega aqui, escova ali. Aquele secador gigantesco joga os pêlos nos meus olhos, o que me impede de tentar uma fuga, pois, não enxergo nada. São quarenta minutos de puro terror, que terminam com um lacinho rosa na cabeça. Bahhh! Aliás, não sei pra que me secar se, quando eu chegar em casa, vou cair de cabeça no meu pote de água. Boca seca de strees... Vem cá? Mudaram o fuso horário? O dia ainda não amanheceu. E, tá caindo uma baita água lá fora. Nada de passeio hoje. Só me resta dormir...

Emoções

Em minhas crônicas, eu tento me basear em momentos em que senti muita emoção.
E atualmente, isso não esta acontecendo.
Minhas emoções, podemos dizer que são esquisitas. As vezes fico feliz quando deveria estar triste, e vice-versa.
Eu fico feliz quando eu compro um livro novo, e triste quando eu o acabo.
Fico chateada quando todos os meus amigos saem e eu fico em casa, e animada quando vou no cinema ver um filme que esperava a meses.
Me sinto engraçada quando alguém ri de algo que eu disse, e fico com vergonha quando me elogiam.
Enfim, deu para perceber que o que eu estava dizendo, certo?
Todo mundo tem um tipo de reação quando acontece algo, sendo boa ou ruim.

Programação!

Depois de vários vários dias, eu voltei!!
Desculpa, não consigo me programar para escrever no blog, sem falar que a minha criatividade ta péssima. 
Enfim, vou tentar me ajustar, e postar mais crônicas.
Beijos 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Sonhando acordada


- Você não vai dormir? - Fazia essa pergunta à minha mãe há mais de uma hora.
- Já estou indo, pode ir deitar, só vou ficar mais um pouquinho.
Revirei os olhos, pois já tinha escutado essa resposta milhares de vezes. Mas, ela continua lá, com os cotovelos apoiados na janela observando os movimentos da rua. Ela estava tão perdida nos seus pensamentos que nem percebeu que eu já estava deitada, com as luzes apagadas.
No quarto, o barulho do ventilador me induzia ao sono. Entre um cochilo e outro, observava minha mãe. O que será que se passava na cabeça dela? Ela olhava a rua, mas não parecia ver nada. Ela sonhava.
De repente, ela se virou e me deu um sorriso. Eu retribui com o resto de forças que meu sono ainda não tinha levado.
Finalmente adormeci. Embalada pelo som do ventilador e a lembrança do sorriso da minha mãe.
Estava pedalando por um caminho simples do subúrbio, pedalando o mais rápido que podia. As casas eram recortes de papelão, com arbustos em plena floração idênticos na fachada. Queria desesperadamente voltar para a cidade, mas toda vez que alcançava uma esquina e entrava em uma nova rua, era a mesma coisa, com a mesma fileira de árvores na calçada e flores prateadas á direita do degrau de cada porta.
Um murmúrio baixo virou um estrondo alto. Olhei por cima do ombro e vi um caminhão dos correios virar a esquia e vir para cima de mim. Eu não queria ser atropelada por um motorista irresponsável, então fui para a direita, virando o guidão na direção da beira da calçada. Em vez disso, minha bicicleta levitou e começou a flutuar acima do veículo. Eu estava chocada demais para continuar pedalando, mas minha bicicleta continuou indo em frente. Esse negócio de voar era sensacional!
O caminhão desapareceu debaixo de um dossel de folhas cinza e, quando ressurgiu, havia uma mochila xadrez branca e preta saindo para fora da janela do carona. Alguém deve tê-la jogado no ar, porque ela voou para cima, direto na minha direção. A bolsa raspou a minha roda da frente antes de despencar e aterrissar aos pés de uma árvore. Eu me virei para dar uma ultima olhada, mas uma chuva de folhas me atrapalhou.
Voar já não parecia tão divertido.
Acordei de repente, sentindo minha cabeça latejar. Olhei para o relógio. Droga. Estou atrasada para a escola.
Levantei, tomei um banho rápido e quando estava pegando meu material, tive um deja-vu  quando vi minha mochila. Era a igual a do meu sonho. Estranho.
Peguei-a por baixo, e abri o zíper. Caiu um papel no chão. Agachei-me para pegar, sentando no chão para ficar mais confortável para ler:
Querida,
Vou resolver o que estava sonhando ontem na janela. Volto na hora do almoço. Te amo,
Mamãe.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Minha vida de cão 1#

Oi gente, tudo bem?
Então, semana passada fiquei sem postar nada, eu sei, desculpa.
Enfim, resolvi que toda semana vou postar no blog uma série chamada "Vida de Cão".
É sobre a minha cachorra, Luna, e acho que em 2009, minha mãe tinha um blog escrevendo tudo como se a Luna estivesse pensando. Enfim, é bonitinho.
Ta ai:
                                           
Minha mãe me chama de "gatinha”, mas na verdade sou uma yorkshire azul-aço com canela. Não me perguntem o que isso quer dizer, acho que para valorizar meu passe inventaram essa frescura. Mas, meu passe se valoriza quando colocam os olhos em mim. Modéstia à parte, encanto no primeiro encontro.
Minha vida é quase um mar de rosas... moro com minha mãe e duas pequenas terroristas, Lina e Mirela.

Todas as segundas elas me levam para uma sessão intensa de tortura: banho. São quarenta minutos de puro terror, onde, as duas, me observam, sorridentes, como se algo divertido estivesse acontecendo. Não bastasse o esfrega daqui, escova de lá, ainda me fazem sair de lá com lacinhos cor de rosa na cabeça.
Meu passatempo preferido é dormir, mas isso se torna quase impossível quando as duas estão por perto. Elas falam demais. Mas, falam sozinhas, com um aparelhinho que não desgrudam da orelha. São tão estranhas...
Outro dia, comi um pedaço de papel que encontrei no quarto da Mirela. Impressionante a quantidade de papel que essa menina tem. Ela ficou uma fera comigo, armou um escândalo porque o tal papel era uma prova. Ela deveria ter me agradecido por eu ter dado um sumiço naquela nota antes que a mamãe visse. Não me deixou entrar no quarto dela a semana inteira.
Todas as manhãs minha mãe e eu deixamos a Lina numa espécie de clube, onde ela deve ser muito popular, pois, todas as meninas se vestem como ela. Ela passa a maior parte do dia nesse lugar e, é quando eu aproveito para xeretar o quarto dela, é inacreditável como tem tranqueira lá dentro.
Meus dias são cheios de emoção correndo e fugindo daquelas duas. Mas a minha maior alegria é quando me deito para dormir ao lado delas e sinto o quanto somos uma família

segunda-feira, 11 de março de 2013

Argaponis


Estávamos dentro do carro. Eu conseguia ouvir meu coração martelando dentro

do meu peito. Sabia que estávamos chegando, pois já havia passado por aquele

caminho diversas vezes.

Chegamos. Droga. Dentro de instantes tudo iria mudar.

Saímos do carro com cuidado para segurar o Pippo. Ele era a razão de estarmos ali, a propósito. Pippo era um passarinho da raça Argaponis, que significa ‘inseparável’ em grego. Só dá para comprar o casal, e o Pippo estava doente. Muito doente.

Tinha câncer em praticamente todo o seu lado direito. Da asa até a perninha e

a patinha. Ele não conseguia mais andar. A veterinária disse que o melhor

seria sacrifica-lo, pois  o câncer já tinha se espalhado tanto que ele não aguentaria nem mais 1 mês.

 Era o melhor para ele. Sabíamos disso. Eu sabia disso. 

Abri a porta do Pet Shop. Uma rajada de vento gelado me envolveu. A

atendente chamou a médica, e entramos na sala.  O Pippo estava na mão da

minha mãe. Eu e minha  irmã olhávamos outros passarinhos na sala enquanto minha mãe acertava os procedimentos com a veterinária. 

Elas conversaram durante um tempo e a doutora disse que era melhor fazer logo e que ele não iria sentir nada, seria como se ele fosse dormir. 

Eu comecei a chorar e saí da sala. Minha irmã ficou comigo do lado de fora. 

Devia ter se passado uns 15 minutos quando minha mãe saiu da sala 

carregando uma caixa enfeitada, com o Pippo dentro dela. 

Agradecemos. Entramos no carro, e fomos para casa. 

No caminho da volta o silêncio era total. Nenhuma de nós conseguia dizer nada, apenas ficamos perdidas nas lembranças felizes dos dias que o Pippo esteve entre nós.